Segundo relatório do Ministério da Cidadania, brasileiros que receberam equivalem a toda a população do Reino Unido.
(Foto por Katie Harp no Unsplash)
A Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI, do Ministério da Cidadania, em parceria com Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (SENARC) e a Secretaria Nacional do Cadastro Único (SECAD), lançaram, nesta segunda-feira (8), o terceiro volume da série De Olho na Cidadania. A obra, intitulada Perfil dos beneficiários do Auxílio Emergencial pela Covid-19: quem são e onde estão?, reúne diversas informações sobre os brasileiros que receberam o Auxílio Emergencial do Governo Federal em 2020.
A partir de cruzamentos de dados, a publicação relembra a definição do Auxílio Emergencial, recorda como ele foi implementado e analisa se a ação teve abrangência suficiente no país para efetivamente proteger as famílias contra a perda de renda. Os resultados apontam que o Auxílio Emergencial chegou rapidamente às parcelas mais vulneráveis e teve ampla cobertura em relação ao total da população brasileira.
A publicação usou como referência os dados disponíveis da pasta até 14 de dezembro de 2020. Nesta data, os registros indicavam que 67,9 milhões de pessoas haviam sido beneficiadas diretamente com o Auxílio Emergencial.
Esses 67,9 milhões de brasileiros que receberam o Auxílio Emergencial representam 1/3 da população brasileira, estimada em 211,75 milhões de habitantes para 2020, de acordo com o IBGE. No total, o Auxílio Emergencial destinou cerca de R$ 294 bilhões para socorrer os brasileiros mais necessitados.
Para ilustrar a extensão do apoio financeiro, o Auxílio Emergencial chegou a uma parcela da população que equivale a todos os moradores do Reino Unido (67,9 milhões de habitantes) e superior à população da maioria dos países, considerando que apenas 20 nações são mais populosas que o número de pessoas que receberam o Auxílio Emergencial no Brasil.
“O documento traz a análise dos registros administrativos do Auxílio Emergencial, destacando os três públicos: aqueles que estavam no Cadastro Único e eram beneficiários do Bolsa Família, aqueles que estavam no Cadastro Único, mas não eram beneficiários do Bolsa, e aqueles que passaram a ser beneficiários do Auxílio Emergencial e que fizeram a solicitação via aplicativo da Caixa Econômica Federal”, explica Raquel Freitas.
Perfil dos beneficiários do Auxílio Emergencial
A obra apresenta dados referentes ao perfil etário do público beneficiado pelo Auxílio Emergencial: o grupo com maior participação, correspondente a 44% do total de beneficiários, tem idade entre 18 e 34 anos.
Há também dados referentes ao sexo dos beneficiários. As mulheres representam 55% dos do público do Auxílio Emergencial incluído no Cadastro Único, seja dentro ou fora do Bolsa Família. O mesmo não ocorre no grupo de pessoas que solicitaram o auxílio via aplicativo, que teve 57% de homens.
“Os dados evidenciam diferenças entre os três grupos analisados. No público do Cadastro Único, as mulheres já ocupavam em sua maioria o papel de chefe de família, o que sugere que elas compõem um perfil mais vulnerável. Mas, com a pandemia, os homens também acabaram sendo afetados. Como eles não estavam no Cadastro Único, nem no Bolsa Família, precisaram solicitar o Auxílio Emergencial via aplicativo em maior proporção.”, analisa a autora.
Distribuição regional
Outro ponto abordado na publicação refere-se à distribuição geográfica dos beneficiários do Auxílio Emergencial. Nas regiões Norte e Nordeste os beneficiários diretos representaram 38% da população. Já nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, 29% da população foram contemplados com o Auxílio Emergencial.
Entre os 49 municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes, a média de beneficiários foi de 30,3%. Já entre os 1.249 municípios com cinco mil habitantes ou menos, a média foi de 33,2%, o que indica relativa homogeneidade. Apenas 108 municípios apresentam cobertura superior a 50% da população municipal e, destes, 24 tiveram mais de 60%.
Já no âmbito estadual, apresentam maior cobertura do Auxílio Emergencial o Piauí, com 39,9%; Bahia, com 38,8%; e o Pará, com 38,1% da população total. Por sua vez, os estados com menor cobertura em termos populacionais são Santa Catarina, com 23,8%; e o Rio Grande do Sul, com 24,6%; além do Distrito Federal, com 25,8%.
O grupo de brasileiros que solicitou o benefício via aplicativo da Caixa Econômica Federal, formado por 38 milhões de pessoas, representava 19,5% das populações das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 15% da população nas regiões Norte e Nordeste.
Os beneficiários do Auxílio Emergencial já inscritos no Cadastro Único (tanto os que fazem parte do Programa Bolsa Família como os que não fazem parte) somavam 9% da população das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 22% das regiões Norte e Nordeste.
“Essa publicação é um esforço de construção e análise dos dados do Auxílio Emergencial e, como resultado, podemos conhecer um pouco mais o perfil dos beneficiários diretos, especialmente daqueles que não estavam no Cadastro Único antes da pandemia. É importante destacar que este público representa 56% de todos os beneficiários do Auxílio”, pontua Raquel Freitas.
Os efeitos do novo coronavírus sobre a pobreza e a desigualdade social no Brasil, contudo, ainda são difíceis de mensurar, uma vez que dependem, dentre outros fatores, da profundidade e da duração da pandemia, parâmetros ainda não conhecidos completamente.
Entretanto, a publicação deixa claro como o Auxílio Emergencial teve um papel relevante ao longo de 2020 no combate aos efeitos da pandemia na economia, sobretudo para proteger a população mais vulnerável e evitar que esta parcela entrasse na faixa da extrema pobreza.
Fonte: Ministério da Cidadania.
#Auxílio
Postado na Castellar Assis para nossos clientes e interessados em contabilidade.
Comments