Pesquisa realizada pela empresa de renegociação de dívidas Acordo Certo mostra, porém, que mais da metade das mulheres sentem vergonha de falar sobre as dívidas e atual situação financeira.
As mulheres negociam mais dívidas do que os homens. Um levantamento feito pela Acordo Certo, empresa de renegociação de dívidas, a partir de uma base de 4,8 milhões de acordos constatou que as mulheres negociam mais dívidas do que homens. Desses acordos, dois terços (66%) são mulheres. Os dados analisados levam em conta negociações feitas entre janeiro de 2020 e a primeira quinzena de fevereiro de 2021.
Para Tamires Fauoaz, líder da área de pesquisa da Acordo Certo, as mulheres estão mais propensas ao endividamento devido a uma realidade de mercado: elas ganham menos do que os homens.
Uma pesquisa realizada pela empresa em fevereiro de 2021 com mais de 1,3 mil pessoas mostrou que 22% das mulheres não possuem nenhum tipo de renda (entre os homens esse número é de 13%). Somado a esse fator, está a diferença salarial: enquanto 59% dos homens têm renda maior que um salário-mínimo, apenas 34% das mulheres recebem a mesma quantia.
Além disso, a crise econômica causada pela pandemia agravou o cenário das finanças domésticas: 46% das mulheres perderam ou tiveram alguém no domicílio que perdeu o emprego e 31% responderam que tiveram ou alguém do domicílio teve a renda diminuída.
“Em um cenário em que mais de 40% se declaram chefes de família, equilibrar dívidas, bem como o aumento nos gastos fixos tem sido um desafio não apenas para o bolso, mas também para a saúde mental”, ressalta Fauoaz.
A maioria das mulheres afirma que não tem conseguido dormir direito (78%) por conta da atual situação financeira e que isso tem causado ansiedade (74%). Além disso, mais da metade das mulheres sente vergonha de falar sobre as dívidas (55%) e da atual situação financeira (53%).
“Ainda que empenhadas em melhorar a própria situação financeira, positivar o nome e manter as contas no azul exige muito esforço. Além disso, os dados mostram que as dívidas afetam não apenas a saúde financeira, mas também a saúde mental das mulheres. É importante falar sobre o assunto e buscar educação financeira para conseguir melhorar esses indicadores e levar uma vida financeira mais positiva”, aponta Tamires.
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